A disputa entre a SAF Botafogo e um grupo de empresários em relação à dívida de comissões será resolvida nos tribunais. É o que garante o empresário americano John Textor, em entrevista exclusiva ao ge.
A íntegra da entrevista realizada pelo ge com John Textor vai ao ar na próxima quarta-feira.
A sociedade anônima fundada para administrar o futebol do Glorioso foi acionada por um único escritório de advocacia em 13 processos, que totalizam cerca de R$ 20 milhões. Segundo o americano, a medida foi tomada para "pressionar e constranger" os gestores botafoguenses.
- Eu vou falar genericamente sobre isso. Os empresários por trás disso, os irmãos, que me dou bem com um deles e com o outro não, penso que fizeram um processo manipulativo. Porque foi criado como múltiplas ações, quando é apenas uma disputa. Foi feito de um jeito para nos envergonhar e colocar pressão em nós - afirmou o americano.
Nós vamos lutar contra isso, eu não ligo para constrangimento, não fico com vergonha facilmente. Nós temos disputas, somos uma empresa. Em algumas estaremos errados, em outras vamos ao tribunal tentar ganhar o processo.
Os irmãos a que John Textor se refere são os empresários Eduardo e Leonardo Cornacini que, entre outros atletas, são os responsáveis pelas carreiras do zagueiro Adryelson e do goleiro Lucas Perri, por exemplo.
Segundo Textor, a relação com empresários é complexa. Especialmente quando existe o envolvimento de terceiros na negociação, o que é conhecido também como intermediário.
Muitas vezes, de acordo com o americano, agentes reivindicam "crédito por negociações que não são a fonte". O problema não se limita ao futebol brasileiro e sim é comum no futebol mundial.
- Um clube vai até o outro dizendo "eu quero comprar o seu jogador", sem nenhum empresário envolvido. E quem tá recebendo a ligação responde "tudo bem, mas para fazer negócio com a gente você precisa falar com esse empresário". Era entre os clubes, por quê?
- O link está lá, eu gosto do seu jogador porque ele me venceu na semana passada. Posso tê-lo? Porque eu quero. Não tem necessidade de outro empresário ser envolvido no negócio sem ser o do jogador, que tem que receber a compensação dele.
- Envolver uma terceira parte é uma forma de um presidente dizer "eu te arrumei uma compensação, quero que compre um imóvel para mim no sudeste do Brasil ou de Portugal". Eu particularmente fico muito ofendido com a introdução de uma terceira parte, ou de um empresário que se diz parte do que não é - concluiu.
O processo corre na justiça desde o dia 2 de maio e ainda não tem data marcada para uma primeira audiência entre as partes. Após nota oficial divulgada pelo clube naquele momento, o escritório de advocacia responsável pelo processo prometeu entrar com nova causa por difamação.