Com um caixão simbolizando a “morte” da cultura alagoana, artistas protestaram na manhã desta terça-feira (11) na sede da Prefeitura de Maceió, localizada no bairro do Jaraguá. Vestidos de luto e carregando a bandeira de Alagoas, os manifestantes denunciaram a administração do prefeito João Henrique Caldas (JHC) (PL) por promessas não cumpridas e uma gestão considerada pouco transparente e desrespeitosa com o setor cultural.
Os fazedores de cultura do município se reuniram em frente à prefeitura para exigir melhorias urgentes. Eles destacam que muitos artistas estão sem receber pagamento desde o São João de 2023, evidenciando um atraso de quase um ano. Com cartazes escritos “A cultura alagoana pede respeito” e “Ser artista em Maceió não é massa”, eles buscam chamar a atenção para a crise que o setor enfrenta sob a gestão de JHC.
"Estamos aqui porque a gestão do prefeito JHC prometeu mudanças, mas até agora não vimos nada além de promessas vazias e descaso com a cultura local", afirmou Dudu Nogueira, presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos do Estado de Alagoas (Sated/AL).
Em fevereiro, os artistas entregaram uma carta manifesto à Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa (Semce), intitulada “Ser artista em Maceió é massa?”, com 15 demandas urgentes. No entanto, Dudu Nogueira relata que, apesar de uma reunião com o prefeito, onde JHC prometeu resolver três demandas por semana, nenhuma foi atendida até agora.
"Tivemos uma reunião longa com o prefeito, que prometeu olhando nos nossos olhos que iria resolver nossas demandas. Mas, depois de um tempo, ele simplesmente ignorou todas elas", disse Dudu, criticando a falta de compromisso do prefeito com as questões culturais.
A situação piorou com a saída do ex-secretário de Cultura Cléber Costa e a nomeação de seu filho, Paulo Quirino, para o cargo. Os artistas criticam a nomeação como um ato de nepotismo e afirmam que Paulo não tem competência para o cargo, o que agrava ainda mais a falta de diálogo e de ações concretas para o setor.
“O Paulinho não entende nada de cultura e não tem diálogo conosco. O prefeito mentiu para nós e depois simplesmente nos ignorou. A cultura em Maceió está morta”, acrescentou Dudu Nogueira.
*O Protesto e o “Enterro” da Cultura*
O ponto alto do protesto foi a presença de um caixão, simbolizando o “enterro” da cultura em Maceió. Os artistas exigem que a prefeitura adote processos mais profissionais e transparentes na contratação de serviços culturais, garantindo pagamentos justos e em dia. Além disso, pedem a revisão do Conselho de Cultura para que a presidência seja eleita pelos conselheiros, incluindo novos segmentos como Capoeira, Circo e Dança.
“Hoje, trouxemos um caixão para simbolizar a morte da cultura em Maceió sob a gestão de JHC. Queremos que ele cumpra suas promessas e respeite a cultura local”, disse Dudu Nogueira.
A gestão de JHC tem sido marcada por uma falta de transparência e comprometimento com o setor cultural. Os artistas de Maceió, ao se mobilizarem em frente à prefeitura, lançam um grito de alerta e resistência, denunciando uma administração que, em vez de fomentar a cultura, a enterra com promessas não cumpridas e desrespeito aos profissionais da área.