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SILÊNCIO CRIMINOSO: Confea sabia desde 2019 que Braskem provocou afundamento em Maceió

Mesmo tendo responsabilidade com informações sobre questões de interesse público, entidade não divulgou relatório sobre tragédia

Publicada em 08/03/2024 às 09:22h | Por Redação 

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SILÊNCIO CRIMINOSO: Confea sabia desde 2019 que Braskem provocou afundamento em Maceió
 (Foto: Confea)


Desde 2019, um ano e 8 meses depois dos tremores que racharam imóveis e ruas no bairro do Pinheiro, em Maceió, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) sabia que aquela área da cidade estava afundando. Estudos feitos pelo Conselho mostraram como causa a retirada de sal-gema pela multinacional Braskem S/A.

O cenário de tragédia, que acabou com mais de 60 mil imóveis e desalojou 17 mil famílias, foi constatado pelo Grupo de Trabalho Abalos Sísmicos em Maceió (GTASM), criado pelo Confea e instalado em março de 2019.

O Grupo de Trabalho concluiu, mais de cinco anos antes do que hoje é conhecido como Caso Pinheiro e Crime da Braskem, que “houve desleixo por parte das empresas mineradoras”. Os especialistas que participaram dos estudos técnicos, relataram que a Braskem e suas antecessoras abandonaram os poços e minas inativos.

Fotos que constam no relatório do Confea mostram estado de abandono das minas

Os indícios, já naquele momento, foram de que “as deformações provocadas pela fluência do sal nos poços inativos sejam responsáveis pelas subsidências superficiais e suas consequências (fraturamentos e rachaduras superficiais)”.

O relatório, que mostra em detalhes a imprudência e irresponsabilidade da Braskem, ficou escondido durante todo esse tempo. Apesar de sua gravidade, e por se tratar de um problema de interesse público, as considerações, conclusões e recomendações foram mantidas em sigilo pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia.

Não foram divulgadas informações graves, como a de que a ruptura das cavidades das minas 07 e 16, pode ter sido a causadora do tremor de terra, de magnitude 2.4 na escala Richter, no dia 3 de março de 2018, em Maceió.

Mesmo entendendo que “as empresas mineradoras do sal-gema não procederam ao necessário e periódico monitoramento das cavidades, em especial das minas inativas”, o Confea silenciou. O relatório, feito em 2019, afirma que “todas as minas/cavidades já estudadas pela CPRM se deslocaram da posição original, segundo os dados da ANM e da própria CPRM, em especial o deslocamento vertical de 200 metros da mina 07”.

Integrantes do GTASM em visita ao bairro do Pinheiro

O Grupo de Trabalho identificou que o afundamento (subsidência) estava em processo contínuo, podendo se agravar. A população alagoana não foi informada, em tempo hábil, que as rachaduras no Pinheiro continuavam em andamento. O que, cinco anos depois, foi confirmado.

Criado pela Decisão Plenária nº PL-0234/2019, o GTASM teve como objetivo elaborar um estudo técnico sobre as causas e efeitos dos abalos registrados em Maceió, a partir de março de 2018, e apurar possíveis responsabilidades de empresas e profissionais.

O Grupo de Trabalho teve como integrantes os conselheiros federais geólogo Waldir Duarte Costa Filho, engenheiro Zerisson de Oliveira Neto, e pelos especialistas geólogo Nivaldo Bosio, e pelos engenheiros Regis Wellausen e Wenner Amorim.

O trabalho foi acompanhado pelo presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-AL), engenheiro Fernando Dacal.




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