noticias714 Seja bem vindo ao nosso site Segundo Poder!

Alagoas

Governo de Alagoas discute receita estadual com representantes dos servidores públicos

Dados servirão para discussão salarial na próxima reunião do Comitê de Negociação Sindical, prevista para a próxima segunda-feira

Publicada em 08/06/2023 às 16:09h | Carlos Nealdo / Agência Alagoas 

Compartilhe nas redes sociais

Governo de Alagoas discute receita estadual com representantes dos servidores públicos
 (Foto: Tatyane Barbosa / Ascom Sefaz)


Comitê de Negociação Sindical é formado por representantes do governo de Alagoas e dos sindicatos de servidores públicos do estado.

Técnicos das secretarias de Estado da Fazenda (Sefaz) e do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag) se reuniram nesta quarta-feira (7), na sede do Tesouro Estadual, com representantes do movimento unificado dos servidores públicos de Alagoas, para discutir os números da Receita Corrente Líquida (RCL) do Estado. O objetivo é levar os dados para a próxima reunião do Comitê de Negociação Sindical (Cones), a ser realizada na próxima segunda-feira (12), na Seplag.

O Cones, que conta com a participação de representantes do governo de Alagoas e sindicatos de servidores públicos do estado, discute reajuste salarial da categoria. Na primeira reunião do grupo, realizada na quinta-feira (1º), o governador de Alagoas, Paulo Dantas, sinalizou para um reajuste salarial de 5,79%, que seriam implantados a partir de abril e maio do próximo ano. O percentual oferecido pelo Governo cobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que mede a inflação oficial do país – relativo a 2022.

Na reunião desta quarta-feira, a secretária Especial do Tesouro Estadual, Monique Assis, lembrou que o cenário econômico ainda inspira cuidados em algumas questões específicas. Ela lembrou que a implantação do piso nacional da enfermagem, por exemplo, comprometeria as contas estaduais em aproximadamente mais R$ 100 milhões, já que a contrapartida do governo federal para o pagamento salarial desses profissionais seria de apenas R$ 5 milhões.

No mês passado, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou o pagamento do piso nacional da enfermagem. Contudo, o ministro entendeu que estados e municípios devem pagar o piso nos limites dos valores que receberem do governo federal. A decisão aguarda cumprimento. O piso definido em lei e assegurado pela Constituição Federal deve ser de R$ 4.750 para enfermeiras e enfermeiros, R$ 3.325 para técnicas e técnicos de enfermagem e R$ 2.375 para auxiliares e parteiras. “A gente tem a expectativa de que a União vá incorporar todas as despesas”, ressaltou Monique Assis.

Ela lembrou que outro entrave para aprovar o reajuste salarial dos servidores públicos de Alagoas é a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que limita o teto de gastos com servidores do Poder Executivo em 49%, sob pena de sanções legais. Em 2022, segundo dados do Tesouro Nacional, o gasto com pessoal do Executivo atingiu 40,9% da RCL.

No ano passado, segundo os números apresentados durante a reunião, as despesas com servidores públicos do Estado atingiram R$ 6,45 bilhões, um aumento de 18,77% em relação aos R$ 5,34 bilhões gastos no ano anterior. Em números absolutos, as despesas cresceram R$ 1,2 bilhão na passagem de um ano para o outro.

Se forem analisadas apenas as despesas com pessoal no primeiro quadrimestre de cada ano, a folha de pagamento do funcionalismo público do Executivo registrou crescimento de 19,4%, saltando de R$ 1,82 bilhão nos quatro primeiros meses de 2022, para R$ 2,18 bilhões no quadrimestre deste ano. Para o superintendente Especial de Política Fiscal, Marcos Freitas, que também participou da reunião, esse aumento de um ano para o outro não era tão esperado pela equipe fazendária. “Está um pouco acima do que a gente estava prevendo”, ressaltou. “A gente tem que ter prudência. Despesas [com pessoal] é contratada, mas a receita depende muito da economia”, completou.

Perdas de receita

Ele lembrou que, no ano passado, a Lei Complementar nº 194 – que limita a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo – causou uma perda de arrecadação de R$ 651 milhões ao Tesouro Estadual de Alagoas ao longo do ano passado, na comparação com 2022. Sancionada em junho do ano passado, pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), a lei limitou a cobrança do imposto a 17%. De acordo com a Sefaz, os recursos que deixaram de ser arrecadados após sanção da lei dariam para conceder o reajuste salarial aos servidores públicos estaduais, sem comprometer a LRF.

Caso o Governo de Alagoas resolva conceder reajuste salarial este ano — sem os recursos perdidos devido à Lei Complementar do governo Bolsonaro —, esse índice saltaria para 51,37%, ou seja, ultrapassaria em 2,37 pontos percentuais o limite estipulado pela LRF. Em outro cenário apontado pela Sefaz, em que não há previsão de reajuste em 2023, as despesas com pessoal podem atingir 49,37% da RCL — também ultrapassando o limite de gastos previstos em lei.

De acordo com informações do Tesouro Federal, entre as punições previstas pela LRF, ultrapassar o limite de despesa total com pessoal pode resultar na cassação do mandato do chefe do Executivo. Além disso, expedir ato que provoque aumento da despesa com pessoal em desacordo com o artigo 21 da LRF resulta na nulidade do ato e reclusão de um a quatro anos.




OUTRAS NOTÍCIAS






Logomarca Segundo Poder
Traduzir para
Traduzir para inglês Traduzir para espanhol Traduzir para português Traduzir para francês Traduzir para alemão
Nosso Whatsapp 8299831-0031
Copyright (c) 2025 - Segundo Poder
Converse conosco pelo Whatsapp!